domingo, 19 de setembro de 2010

Ah, cansei

Porque chega uma hora em que você cansa. Cansa de se preocupar, cansa de tentar agradar, cansa de fazer tudo certo, de ser bonzinho e politicamente correto. Nessa hora, o jeito é ligar o foda-se, o som bem alto e seguir em frente. Vamo?

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Um dia a gente aprende que...


Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil diferença, entre dar a mão e acorrentar uma alma.
E você aprende que amar não significa apoiar-se, que companhia nem sempre significa segurança, e começa a aprender que beijos não são contratos, e que presentes não são promessas.
Começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança; aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão.
Depois de um tempo você aprende que o sol queima se ficar exposto por muito tempo, e aprende que não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam... aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai ferí-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la por isso.
Aprende que falar pode aliviar dores emocionais, e descobre que se leva anos para se construir confiança e apenas segundos para destruí-la, e que você pode fazer coisas em um instante, das quais se arrependerá pelo resto da vida; aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias, e o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida, e que bons amigos são a família que nos permitiram escolher.
Aprende que não temos que mudar de amigos se compreendemos que eles mudam; percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos.
Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa, por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas; pode ser a última vez que as vejamos.
Aprende que as circunstâncias e os ambientes tem influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos.
Começa a aprender que não se deve compará-los com os outros, mas com o melhor que pode ser.
Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que quer ser, e que o tempo é curto.
Aprende que não importa onde já chegou, mas onde se está indo, mas se você não sabe para onde está indo qualquer lugar serve.
Aprende que ou você controla seus atos ou eles o controlarão, e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem dois lados.
Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as conseqüências. Aprende que paciência requer muita prática.
Descobre que algumas vezes a pessoa que você espera que o chute quando você cai é uma das poucas que o ajudam a levantar-se; aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas do que com quantos aniversários você celebrou; aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha; aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens; poucas coisas são tão humilhantes... e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.
Aprende que quando se está com raiva se tem o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel.
Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame não significa que esse alguém não o ama com tudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso. Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém; algumas vezes você tem que aprender a perdoar-se a si mesmo.
Aprende que com a mesma severidade com que julga, você será em algum momento condenado.
Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte.
Aprende que o tempo não é algo que possa voltar para trás, portanto, plante seu jardim e decore sua alma ao invés de esperar que alguém lhe traga flores, e você aprende que realmente pode suportar... que realmente é forte e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais.
Descobre que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida! Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o bem que poderíamos conquistar, se não fosse o medo de tentar.
William Shakespeare

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Alguns dias são melhores


Não sei exatamente se sou uma pessoa feliz com momentos tristes ou se sou uma pessoa triste com momentos felizes. Só sei que alguns dias são melhores que os outros.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

nada sera como antes.

  Certas amizades perderam seu brilho, perderam sua cor, e talvez até seu valor, nunca imaginei que seria assim, mas enfim penso MAIS em mim, para um dia poder reconstruir o que aqueles que JULGARAM ser irmãos quebraram, um sentimento natural.
  As pessoas mudam, querendo ou não. Mudam os gostos, os rostos, as formas. Simplesmente mudam. Sem nenhuma explicação, sem nenhuma obrigação. Mudam porque cresceram, porque conheceram coisas novas, pessoas novas. As conversas mudam, os sorrisos muda, os assuntos mudam. É difícil perceber e se acostumar que nada será como antes e isso de um jeito ou de outro, machuca. Machuca porque ambos mudaram, e isso. Isso não dá pra mudar.

Depois do Escorpião - Samantha Moraes

 

 A Picada - 1º Capítulo

Descabelada, descalça e pelada, eu me olhava no espelho do banheiro e remoía a frase que vinha repetindo há uma semana:
Perdi meu marido para Bruna Surfistinha.
Perguntava-me, também, quantos homens em São Paulo fizeram programa com Bruna Surfistinha, e por que o meu, de todas as dezenas, centenas, milhares; por que justo o meu foi se casar com ela?
A última pergunta era:
O que há de errado comigo?
Prendi os cabelos num rabo de cavalo e vesti meu roupão de banho.
- Mãããããeeeeee! Tô com fome!
Tenho duas filhas.
- JÁ TÔ INDO!!! - gritei de volta.
Meu casamento tinha acabado há seis meses, e eu já estava farta de chorar. Minha filha Isabella não agüentava mais me ver daquele jeito. Sua maneira de me consolar era chorar junto, e este virou nosso programa de mãe e filha: sentar e chorar. Poucos dias antes, ouvi de Isabella a seguinte frase:
"Mãe, por favor, pare de chorar..."
E como se fosse eu a filhinha bem comportada, parei na hora. Isabella tem seis anos.
Havia duas opções. A primeira era continuar ali: descabelada, descalça e sofrendo. A segunda... Abri o espelho e passei um creme no rosto. Fiz uma make. A segunda era bem melhor. Voltei a me olhar no espelho de corpo inteiro. Não... Não tinha nada de errado comigo, ora essa! A segunda era deliciosamente melhor. Passei um perfume.
Ficaria com a segunda opção. A segunda era o contra-ataque!
Sem querer, havia descoberto um recurso fundamental. Quanto pior me sentia, mais me arrumava, mais cuidava de mim. Quem me visse, pensaria que eu estava incrível. Esse era meu disfarce.
Meninas, vamos sair!
Num gesto automático, busquei a chave do carro em cima da mesinha. Então me lembrei de que há dias, o carro estava com ele. Nesse dia, tudo o que eu tinha era um carrinho de bebê, onde coloquei Marrie. Com dois anos de idade, ela não terá lembranças da época em que teve um pai em casa. Resolvi que a partir desse dia, quem passaria a pegar o carro emprestado seria ele, e não eu, que estava a pé, com duas crianças. Mandei uma mensagem de texto informando minha decisão.
Pronto! Ele que arranjasse outro carro para passear com Bruna Surfistinha.
O celular tocou. Era a produção do Superpop. Devia ser a sétima vez que me telefonavam naquela semana.
Mas eu já falei pra vocês que não vou!
Então, expliquei mais uma vez o motivo. Primeiramente, por conta do meu trabalho. Sou comissária de bordo: sinônimo de discrição, seriedade e elegância. Uma única aparição no Superpop e eu poderia dizer adeus ao meu emprego.
Eles insistiam. Queriam ouvir o meu lado da história: a mulher traída. Era tamanha insistência que à noite, antes de dormir, eu ouvia aquela voz meio sedutora, meio policial, atiçando a ira da audiência:
"Ela tinha um casamento perfeito! Casou-se com seu amigo de infância. Seu melhor amigo. Jamais brigavam. Eram um casal feliz, até o dia em que ela descobriu que aquele companheiro, o amor da sua vida, o pai das suas filhas, o amigo de infância que ela achava conhecer como ninguém, era na verdade um homem com desejos perversos. E este homem foi além dos limites da traição. Ele a trocou por uma garo..."
Onde vocês querem ir, meninas?
Mc Donalds!!!
Nesta semana a toalhinha de papel trazia a Arca de Noé com vários compartimentos. Répteis no porão, girafas e elefantes bem no meio, e lá em cima os pássaros. Tudo muito bem organizado, exatamente o que eu queria para a minha vida. Abri meu caderninho vermelho e rabisquei algumas anotações. Fazer anotações passou a ser um hábito.
Desde "A Descoberta", infiltrei-me num mundo de flats, clubes de swing, prostituição digital e mídia, muita mídia. Dissequei a história até encontrar todas as respostas que buscava. Mergulhei num mundo de mentiras e só emergi depois de ter descoberto a verdade.
O marido foi a primeira perda, que detonou um processo de destruição em massa. Perdi minha casa, minha auto-estima, minha privacidade, sono e sonhos, apetite, ânimo e fé, estabilidade financeira, carro, carinho, companhia, seis quilos e uma boa parte da minha saúde.
Nesse dia percebi que queria, sim, contar o meu lado da história. Não fui a primeira, nem serei a última mulher a perder o marido para uma prostituta. Talvez o valor da minha história esteja no aprendizado.
Conheço-o desde os sete anos de idade. Assim, não foi difícil identificar a transformação. Acredito, mesmo, que ele tenha sido envenenado. Até a mudança de nome é apropriada. Este Pedro, nacionalmente conhecido como o homem apaixonado e sem preconceitos, que se casou com Bruna Surfistinha, não tem nada a ver como o meu João.
Aprendi que é do próprio veneno do escorpião que obtemos a cura. Eu recebi minha dose, e foi a pior dor que senti na vida. Duvido que algum dia sentirei algo igual. Mas também foi destilando este veneno que encontrei o antídoto.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Relato de um homem.


“Tudo bem… Queremos meninas legais, sexy, saradas, bonitas, inteligentes e boazinhas… Muito falar, pois quando aparece uma assim, de bandeja, a primeira coisa que a gente pensa é: “Oba, me dei bem”. Ficamos com elas uma vez, duas. Começamos a pensar que essa é a mulher que as nossas mães gostariam de ter como noras. Se sair um relacionamento, vai ser uma relação estável. Você vai busca-la na faculdade, vocês vão ao cinema, num barzinho, vai ter sexo toda semana…
Tudo básico, até virar uma rotina sem graça… Você vai olhar os caras bem vestidos e bem humorados indo pra noite arrasar com a mulherada e vai morrer de inveja. Vai sentir falta de dar aquelas cantadas infalíveis ou de dar aquela dançadinha mais provocativa na pista… Você pensa: “Acho que não estou pronto pra isso, pra me enclausurar pro resto da vida neste relacionamento. E a boa menina se transforma numa mala e aos poucos vai surgindo um nojo dela, uma aversão. Quando você vê o nome dela no celular, não dá vontade de atender… Já era.
Daí aquela promessa de vida estável vai por água a baixo, se a menina não se dá conta, a gente começa a ser grosso, muito grosso. E a pobre menina pensa: “O que eu fiz?” Coitada, ela não fez nada, a culpa é nossa mesmo…
Aí a gente volta pra nossa vidinha, que a gente odiava até semanas atrás. A gente não vê a hora de sair e arrasar na noite ou pegar aquela mulher gostosona que sempre quisemos.
GRANDE ILUSÃO: Você chega em cada depois da balada, sozinho e fica tentando descobrir porque você não está satisfeito. De repente foi porque a menina da night, a linda, gostosa, misteriosa, fico contigo, mas nem se quer pediu o número do teu telefone.
FRUSTRAÇÃO: Daí, por mais que não queira, você pensa na sua menina boazinha que você deixou pra trás… Ela podia ter seus defeitos, mas era uma menina legal, que ficaria ao seu lado te dando valor…
Enquanto isso a boa menina, chateada, lesada, custa a entender o que ela fez pra ter se afastado dela… Daí essa dúvida vira ANGÚSTIA, que vira RAIVA. Daí a menina manda tudo a PUTA QUE PARIU! Não quer mais saber de nada, só de sair, zuar e beijar outros caras. Resolve não se envolver mais pra não sair lesada ou chateada… Muito bem, acabamos de criar uma MONSTRA.
 O tempo passa e a gente continua na mesma… Volta a reclamar da vida e das mulheres. Elas só querem as coisas com homens cachorros e não estão nem ai pra nós… Ou será que nós que fomos os cachorros? Elas são assim por culpa nossa. A mulher da night de hoje era a boa menina de outro homem ontem e assim sucessivamente… Provavelmente, essa nossa ex-boa menina, deve estar enlouquecendo a cabeça de outro homem por aí… E eu perdi para sempre, ela virou uma mulher enlouquecedora e a encontrei na balada e ela?
Nem olhou pra mim (mas estava mais linda do que nunca!)”

Paixões!

"Um cão não precisa de carros modernos, palacetes ou roupas de grife. Símbolos de status não significam nada para ele. Um pedaço de madeira encontrado na praia serve. Um cão não julga os outros por sua cor, credo ou classe, mas por quem são por dentro. Um cão não se importa se você é rico ou pobre, educado ou analfabeto, inteligente ou burro. Se você lhe der seu coração, ele lhe dará o dele."







O cão salsicha ♥


Dachshunds são cães leais, protetores, ciumentos, valentes, brincalhões, conhecidos pela sua propensidade em caçar pequenos animais e pássaros.O Dachshund é "amigável por natureza, nem nervoso, nem agressivo, de temperamento equilibrado. Ele é um cão de caça apaixonado, perseverante, rápido na caça e de excelente faro".Costumam ser ciumentos com relação a seus adultos favoritos.
A raça é conhecida pelos comuns problemas na coluna vertebral, especialmente dos discos intervertebrais, devido à sua coluna ser extremamente longa e sua caixa torácica relativamente curta. O risco de lesões pode ser piorado pela obesidade, que traz sobrecarga de peso para a coluna. Para prevenir danos, é recomendável que os Dachshunds sejam desencorajados a pular e a subir e descer escadas. Está se tornando cada vez mais evidente que a ocorrência e severidade desses problemas são grandemente hereditários, e criadores responsáveis estão trabalhando para eliminar esta característica da raça. As caminhadas diárias e a manutenção do peso correcto ajudam a prevenir estes problemas.
Quando não estão em seu ambiente, eles se isolam, e até ficam "emburrados".




Que saudade que tenho da minha Nini, a quase 2 ano, você ainda é lembrança e saudade de todos que te conheceram. Guerreira lutou ate o fim. Pra sempre minha princesinha, te amo muito. ♥

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Nossos momentos estão guardados, nossas brincadeiras, nossas provocações estão sempre na memoria, e você pra sempre no meu coração. Aconteça o que acontecer nada me impedira de te amar.
te amo príncipe ♥

Era dia 7 de outubro ...

Era dia 7 de outubro, Ana se lembrava bem. Como em todos os outros dias, ela se levantou, entrou embaixo do chuveiro, lavou seus cabelos, colocou uma roupa, comeu algo e foi pra escola. Quando a garota chegou em casa, abriu seu MSN. Um convite novo. ‘Aceite’, pensou ela. Foi por sua intuição, sempre ia. Era um garoto, chamado Bruno. Os dois começaram a conversar. Com o tempo descobriram que gostavam das mesmas bandas, das mesmas comidas, do mesmo tudo.
Tinha quase tudo em comum, exceto uma coisa: a cidade. O garoto morava em Londres. A garota, em Bolton, uma pequena cidade ao sul da Inglaterra.
Eles começaram a conversar mais e mais. Cada dia mais, cada vez mais. A mãe de Ana achou que estava viciada em internet, o que realmente estava. Ela estava certa, Ana não podia contrariá-la. A garota era apenas muito preocupada com seu futuro, não deixava de fazer lições de casa para entrar no computador. Mas assim que acabava, ligava logo o aparelho.
Era também o caso de Bruno. O garoto sempre que chegava da escola deixava o computador ligado, com o Messenger aberto. Desligava a tela do computador, e fazia a lição. Sempre tinha pouca, então ficava esperando Ana, até 6 da tarde, que era quando a garota entrava, mais ou menos.
Os dois começaram a conversar aos 17 anos, e foi assim. No começo dos 18 anos, aconteceu a coisa mais esperada pras amigas de Ana (sim, porque as amigas sabiam de tudo, e esperavam há cerca de 9 meses algo acontecer): Bruno a pediu em namoro.
E foi assim, se conheceram por um computador, namoravam por um computador. O que os dois tinham era maravilhoso. Uma coisa que as amigas de Ana jamais haviam experimentado, ou ouvido falar. Nem mesmo na ‘vida real’. Eles confiavam um no outro mais que qualquer casal que todas as amigas de Ana já tinham visto, ou ouvido falar. Isso requer, realmente, muita confiança. E eles se amavam. Quando as amigas de Ana passavam o dia na casa da garota, elas viam a conversa. Elas conseguiam sentir o amor.
(...) Eles estavam completa e irrevogavelmente apaixonados. Não havia nada que mudaria aquilo. O tempo passou, os dois ficavam mais apaixonados a cada dia (o que ia totalmente contra as idéias de Marcela, amiga de Ana. A garota pensava que a cada dia que se passasse, a tendência era o amor se esvair. Eles provaram que estava errada). Todo dia de manhã, na hora da aula dos dois, Bruno ligava para a garota. A acordava, para começarem o dia com a voz um do outro. Um dia o garoto apareceu com a boa notícia: ele conseguiria ir para Bolton. Passaria um dia lá, pois viajaria.
Eles se encontraram à noite, em frente à ex-escola de Ana. Ela conversou com o garoto. Ana não quis beijá-lo.
- Vou ficar dependente de você. Sei que você é uma droga pra mim, é viciante. Então se eu te beijar hoje, não vou conseguir ficar mais um minuto longe de você. A gente vai se reencontrar. E ai, vamos ficar juntos pra sempre.
Ela disse e o abraçou. Com mais força do que já abraçou outra pessoa. E o garoto se contentou em encostá-la. Ele sabia que o que Ana estava falando era verdade. Eles IRIAM se encontrar. E IRIAM passar o resto da vida juntos. Ele tinha certeza que ela era o amor da vida dele. Bom, agora a ‘maldita inclusão digital’ se transformou na melhor maldita inclusão digital.
O tempo passou rápido quando eles estavam juntos. Se divertiram muito, e Bruno gostou da simpática cidade da sua namorada. Ele foi embora no dia seguinte, cedo demais para conseguirem se despedir.
O tempo passou, e o amor dos dois só ia aumentando. Passaram-se 6 meses desde que Ana tinha conhecido seu namorado pessoalmente, e Marcela ainda não entendia por que eles não tinham se beijado.
- Any, você já parou pra pensar que pode ter sido uma chance única?! Você foi idiota, você sabe disso, né? – A garota dizia, sempre culpando Ana.
Mas ela sabia o que era melhor pra ela. Já tinha cansado de explicar para Marcela. Não explicaria mais uma vez. Haviam 9 meses que os dois namoravam, e um ano que se conheciam.... (...) Eles se amavam muito, mais que qualquer pessoa que as amigas e amigos do casal já tinha visto. Um dia, Bruno apareceu com a notícia: ele conseguiu uma bolsa em uma faculdade em Bolton, e se mudaria para a cidade tão desejada.
Ana se chocou com isso. Por semanas se perguntou se sacrificaria o tanto que o garoto iria sacrificar por ele. Mas ela não era a maior fã de pensamento. Isso a fez mal.
- Any, deixa de ser besta. Você o ama, até eu posso perceber isso! E você sabe, eu não sou a pessoa mais esperta do mundo. – Marcela disse, encorajando a amiga.
- Eu sei, Marcela, mas... Ele tá desistindo da vida toda dele em LONDRES pra vir pra BOLTON! Por mim! – Ana disse – E pela bolsa que ele ganhou na faculdade, mas é mais por mim, ele me disse.
- Ana, presta atenção. – Ana olhou pra amiga. – Você não sabe quantas meninas invejam você. Não sabem mesmo. Eu, por exemplo, te invejo demais. Daria qualquer coisa pra ter um namorado como o seu. Vocês confiam tanto um no outro, e se amam tanto. Eu tenho até nojo de ficar no quarto com você quando você ta conversando com ele. É um amor que se espalha no ar, que nossa senhora! Eu consigo sentir os coraçõezinhos explodindo pelo quarto. Ai fica tudo rosa, e você fica com uma cara de sonho realizado pro computador! Any, pára de subestimar o que você tem. Deixa de ser idiota.
- Você é um amor, sabia? Marcela, não sei. Não dá. Eu não desistiria de tanto por ele, e eu acho injusto ele desistir de tanto por mim.
Marcela bufou. Porque a amiga tinha que ser tão burra?
Meses se passaram, o tempo passava rápido. Ana não terminaria o namoro por messenger, frio demais. Ela esperaria o namorado chegar.
A garota tentava adiar o máximo possível, por mais que quisesse ver o garoto de novo. Ele tinha um cabelo lindo, e olhos mais ainda. Ana conseguiria ser invejada por todas as garotas da cidade se fosse vista com ele. Mas ela não queria inveja. Queria seguir o seu coração.
(...) Quanto mais Ana queria adiar a situação, mais as horas corriam, e com elas os dias, as semanas, as quinzenas, os meses. O ano.
Chegou o dia; Ana esperou o seu futuro-ex-namorado onde se encontraram meses atrás.
Ela negou o beijo mais uma vez. O namorado ficou sem entender, mas aceitou.
- Olha, eu tenho que conversar com você.
- Diga. – Bruno sorriu.
- Quando você me disse ‘Vou me mudar pra Bolton’, eu fiquei feliz. Mais feliz que já fiquei há muito tempo. Mas depois eu comecei a pensar se faria o que você ta fazendo por mim. Você desistiu de toda sua vida em Londres, Bruno.
- Eu sei. Pelo melhor motivo na face da Terra.
- Não, não é. Eu sinto que eu não to sendo justa com você. E sem ser justa com você, eu não sou justa comigo. Eu não sei se eu faria o que você fez. Eu acho que não. Eu sou egoísta demais, eu não sei. Não quero mais ser injusta com ninguém, não quero dormir pensando isso. Há meses eu penso nisso, e fico com peso na consciência. E, de verdade, eu não sei se seu amor é o suficiente pra mim. – A garota disse e virou as costas. Foi andando para a sua casa. E ao contrario de momentos tristes clichês (n/a: eu odeio clichês), não estava chovendo. O céu estava azul, o sol brilhava, como raramente acontecia em Bolton. Mas o que estava dentro de Bruno (e de Ana) não era assim tão brilhante.
Para Ana chegar em casa, tinha de passar pela frente da casa de Marcela – era esse o motivo de um sempre estar na casa da outra; elas moravam lado a lado. A garota passou correndo, chorando, enquanto Marcela estava na janela. Marcela saiu correndo de casa – ignorando completamente o estado critico em que se encontrava: blusa dos ursinhos carinhosos, cabelo preso em um rabo-de-cavalo mal ajeitado, short curto de florzinhas e pantufas do tigrão – indo logo para a casa da amiga. Ela bateu a campainha, e a mãe da amiga atendeu. Disse que podia subir as escadas, Ana estava em seu quarto.
(...) Marcela subiu correndo, tropeçou, quase caiu 3 vezes – ‘Malditas escadas enormes’, pensava – mas chegou ao quarto em segurança (lê-se sem sangue escorrendo pela cara).
- Any! O que foi, amor? – A garota encontrou a amiga deitada, chorando em sua cama.
- O Bruno! – Ana não conseguia falar direito. Por essa mini-frase Marcela tinha entendido. Não tinha mais Ana e Bruno pra sempre e sempre e sempre e sempre. Agora era Ana.
A garota aprendeu a viver com a dor. Passaram-se 5 anos, Bruno estava formado em direito, era um advogado de sucesso, ainda morando em Bolton – nunca largaria a cidade que abrigava seu, ainda, maior amor. Ana era uma fotógrafa de sucesso, ganhava a vida fotografando famosos de todo mundo – mas não saíra de Bolton também, amava a cidade com todas e cada fibra de seu ser.
Bruno era melhor amigo de Ana, Ana era melhor amiga de Bruno. Ana tinha um noivo, um executivo de sucesso, que vivia de Londres pra Bolton, de Bolton pra Londres. Já Bruno sabia: por mais que tentasse achar alguém igual à Ana, não conseguiria. Só ela seria o amor da sua vida, que ele amava excepcionalmente. Nunca iria mudar.
Ana iria passar algum tempo fora da cidade, iria para a capital, fotografar uma banda inglesa. Iria dirigindo à Londres – depois de tanto custo para tirar a carteira de motorista, agora queria mostrar ao mundo que tinha um carro e sabia guia-lo.
Um carro. Dia chuvoso. Pista dupla. Um caminhão. Visão confundida. Bebida em excesso. No que isso poderia resultar? Não em uma coisa muito boa, com certeza. O caminhão bateu de frente com o carro de Ana. Ela não estava muito longe de Bolton, portanto ela foi levada para um hospital na cidade. O seu noivo, por sorte, estava em Bolton. Foi avisado, depois os pais, Marcela. E por ultimo, Bruno.
Ele se apressou em chegar ao hospital que Ana estava internada. Ele chegou antes mesmo de Felipe, noivo da garota. Bruno andou por corredores com luzes fluorescentes fracas, brancas, o que aumentava a aflição dele. (...) Como estaria Ana? A SUA Ana? Ele nunca imaginou nada de mal acontecendo à SUA Ana. Ela sempre seria dele, amiga ou namorada. Seria dele.
Achou o quarto em questão, 842. Abriu a porta com cautela, e viu a imagem mais horrível que jamais poderia ter imaginado: Ana, sua Ana, deitada em uma cama de hospital, com ferimentos por todo o rosto e braços – as únicas partes de seu corpo que estavam aparentes. Ele chorou. Não queria ver a pessoa que ele mais amava em todo o universo daquele estado. ‘Frase clichê’, pensou, ‘mas porque não eu?’. As lágrimas caiam com força. Ele saiu do quarto com a visão embaçada pelas lágrimas; não sabia o que podia fazer.
Ele foi para o lugar do hospital em que se era permitido fumar, e fez uma coisa que não fazia desde que tinha conhecido Ana: acendeu um cigarro. Começou a fumar, e ficou sozinho lá, encarando a parede. Imaginando se teria sido diferente se ele tivesse continuado em Londres. Ele lembrava, foi quem apoiou o curso de fotografia.
- Ah, cara... – Ana chegou se lamentando.
- Que foi, Any? – Bruno sorriu.
- Eu tenho que escolher o que eu vou fazer da vida, mas... É difícil demais!
- Eu sei bem como é... Porque não tenta fotografia? – Bruno apontou para a máquina digital, que agora estava nas mãos da garota. – Eu sei que você adora tirar fotos.
- Bruno, sabia que você é um GÊNIO? – Ana sorriu e abraçou o melhor amigo. SEU melhor amigo.
Se ele não tivesse sugerido o curso, Ana não estaria no hospital à essa hora. Os pensamentos profundos do garoto foram cortados quando a porta se abriu, fazendo o garoto estremecer.
- Ah, que susto, doutor. – Bruno se virou.
- Desculpe. Você é Bruno, certo?
- Certo.
- Bom, você tem bastante contato com Ana, certo? – Bruno balançou a cabeça positivamente. – Nesse caso, eu sinto muito. Para sobreviver, a Ana precisaria de um coração novo.
A lista de espera por um coração é grande, e não sei se ela conseguirá sobreviver até chegar sua vez de receber um novo coração.
(...) Como poderia viver em um mundo sem Ana?! Saiu do lugar. Não podia esperar as coisas acontecerem, e ele ser egoísta e ficar em seu mundo, fumando até Ana ir pra outro lugar. Ele pegou um papel, uma caneta e escreveu um endereço, e um horário, uma hora depois daquilo. Entregou para o noivo de Ana, que agora estava na sala de espera.
- Já foi vê-la? – Perguntou Bruno. O noivo negou com a cabeça.
Ele saiu andando, saiu do hospital. Foi para seu escritório, pegou 3 papéis grandes e digitou 3 cartas. Uma para os pais. Uma para Ana. E uma sobre os desejos que tinha.Ele tomou um remédio depois disso. E dormiu, lenta e serenamente, dormiu. Não acordaria mais. Quando o noivo de Ana chegou, encontrou Bruno deitado no chão, sem pulso. Estava morto. Em cima da mesa, 3 cartas. Um recado para ele: "Eu não gosto de você. Nunca vou gostar. Mas mesmo assim, você tem que fazer algo que não poderei fazer. Leve meu corpo para o hospital, com essa carta em cima dele. A carta que está em cima das outras. Após isso, entregue a segunda carta para Ana quando ela acordar. E quando a noticia da minha morte chegar, entregue a terceira para os meus pais."
Assim acabava a carta. Felipe não acreditava no que lia. Não acreditou, e nem precisava. Correu para o hospital em seu carro. Ele entregou a carta e o corpo do homem, que agora estava ainda mais branco. Aconteceu na hora; o coração dele foi tirado e levado para Ana. Quando ela acordou, não muito depois, viu os pais dela, seu noivo e os pais do namorado de 6 anos atrás. Eles sorriam e choravam; ela não entendeu. Foi quando viu a carta com a letra dele, escrito o nome dela. Ela pegou a carta e leu, então. "Meu amor, bom dia. É hora de acordar. Eu não pude te ligar hoje, você estava ocupada. Por isso deixei essa carta. Sabe, eu não vou estar ai por um bom tempo, as pessoas sabem quando a sua hora chega. E eu aceitei a minha com a mesma felicidade que eu tinha quando te vi na frente da sua escola. A minha hora chegou quando seu fim estava próximo.
(...) Eu te prometi que te protegeria de tudo e qualquer coisa que acontecesse, e mesmo sem chamar, eu estive lá. Desta vez não me chamou, quis resolver sozinha, eu não podia deixar. Eu resolvi dar um fim então. Eu estava ficando cansado, o trabalho pesava demais. Mas porque agora? Eu não sei. Mas não teria sentido eu viver em um mundo que você não existe. Então eu decidi ir antes e ajeitar as coisas. Pra daqui a alguns anos nós conversarmos aqui na minha nova casa. Agora eu tenho que ir, meu amor. Esse coração no teu peito, esse coração que bate no teu peito. É o mesmo coração que está inundado do amor que você disse não ser o suficiente. É o mesmo coração que lhe dava amor todo dia. Por favor, cuide bem dele. Agora eu preciso ir, preciso descansar um pouco. Eu vou estar sempre contigo. Eu te amo! PS: Não sei se vou conseguir te acordar amanhã. Você me perdoa por isso?"
Então ela chorou. Chorou e abraçou os pais, os pais dele. Chorou como nunca, e tremia por tantas emoções passarem por seu corpo. Ana encarou o noivo. Terminou o noivado naquele dia. Não adiantava esconder algo que estava na cara: ela amava Bruno, e seria sempre o SEU Bruno. ELE era o homem de sua vida, não Felipe. O homem que sempre esteve lá, amando-a ao máximo. Em qualquer momento.
Ela chorou muito, e seguiu a vida. Todos os dias ela lembrava de Bruno. Viver em um mundo sem ele não fazia sentido. Mas não desperdiçaria todo o amor e que estava dentro dela. Ela podia sentir seu coração batendo. Ela lembrava a cada momento, que mesmo separados eles estavam juntos. Mas apenas uma coisa fazia seu coração se apertar, se contorcer de dor. Que fazia uma lágrima se escorrer sempre que pensava nisso.
Ela sentia falta daqueles beijos. Dos beijos que foram negados. Mas ela foi feliz. Morreu com seus oitenta e tantos anos. Mas era sempre feliz. Afinal, o coração do homem de sua vida batia dentro dela.