domingo, 19 de setembro de 2010

Ah, cansei

Porque chega uma hora em que você cansa. Cansa de se preocupar, cansa de tentar agradar, cansa de fazer tudo certo, de ser bonzinho e politicamente correto. Nessa hora, o jeito é ligar o foda-se, o som bem alto e seguir em frente. Vamo?

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Um dia a gente aprende que...


Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil diferença, entre dar a mão e acorrentar uma alma.
E você aprende que amar não significa apoiar-se, que companhia nem sempre significa segurança, e começa a aprender que beijos não são contratos, e que presentes não são promessas.
Começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança; aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão.
Depois de um tempo você aprende que o sol queima se ficar exposto por muito tempo, e aprende que não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam... aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai ferí-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la por isso.
Aprende que falar pode aliviar dores emocionais, e descobre que se leva anos para se construir confiança e apenas segundos para destruí-la, e que você pode fazer coisas em um instante, das quais se arrependerá pelo resto da vida; aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias, e o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida, e que bons amigos são a família que nos permitiram escolher.
Aprende que não temos que mudar de amigos se compreendemos que eles mudam; percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos.
Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa, por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas; pode ser a última vez que as vejamos.
Aprende que as circunstâncias e os ambientes tem influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos.
Começa a aprender que não se deve compará-los com os outros, mas com o melhor que pode ser.
Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que quer ser, e que o tempo é curto.
Aprende que não importa onde já chegou, mas onde se está indo, mas se você não sabe para onde está indo qualquer lugar serve.
Aprende que ou você controla seus atos ou eles o controlarão, e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem dois lados.
Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as conseqüências. Aprende que paciência requer muita prática.
Descobre que algumas vezes a pessoa que você espera que o chute quando você cai é uma das poucas que o ajudam a levantar-se; aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas do que com quantos aniversários você celebrou; aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha; aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens; poucas coisas são tão humilhantes... e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.
Aprende que quando se está com raiva se tem o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel.
Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame não significa que esse alguém não o ama com tudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso. Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém; algumas vezes você tem que aprender a perdoar-se a si mesmo.
Aprende que com a mesma severidade com que julga, você será em algum momento condenado.
Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte.
Aprende que o tempo não é algo que possa voltar para trás, portanto, plante seu jardim e decore sua alma ao invés de esperar que alguém lhe traga flores, e você aprende que realmente pode suportar... que realmente é forte e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais.
Descobre que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida! Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o bem que poderíamos conquistar, se não fosse o medo de tentar.
William Shakespeare

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Alguns dias são melhores


Não sei exatamente se sou uma pessoa feliz com momentos tristes ou se sou uma pessoa triste com momentos felizes. Só sei que alguns dias são melhores que os outros.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

nada sera como antes.

  Certas amizades perderam seu brilho, perderam sua cor, e talvez até seu valor, nunca imaginei que seria assim, mas enfim penso MAIS em mim, para um dia poder reconstruir o que aqueles que JULGARAM ser irmãos quebraram, um sentimento natural.
  As pessoas mudam, querendo ou não. Mudam os gostos, os rostos, as formas. Simplesmente mudam. Sem nenhuma explicação, sem nenhuma obrigação. Mudam porque cresceram, porque conheceram coisas novas, pessoas novas. As conversas mudam, os sorrisos muda, os assuntos mudam. É difícil perceber e se acostumar que nada será como antes e isso de um jeito ou de outro, machuca. Machuca porque ambos mudaram, e isso. Isso não dá pra mudar.

Depois do Escorpião - Samantha Moraes

 

 A Picada - 1º Capítulo

Descabelada, descalça e pelada, eu me olhava no espelho do banheiro e remoía a frase que vinha repetindo há uma semana:
Perdi meu marido para Bruna Surfistinha.
Perguntava-me, também, quantos homens em São Paulo fizeram programa com Bruna Surfistinha, e por que o meu, de todas as dezenas, centenas, milhares; por que justo o meu foi se casar com ela?
A última pergunta era:
O que há de errado comigo?
Prendi os cabelos num rabo de cavalo e vesti meu roupão de banho.
- Mãããããeeeeee! Tô com fome!
Tenho duas filhas.
- JÁ TÔ INDO!!! - gritei de volta.
Meu casamento tinha acabado há seis meses, e eu já estava farta de chorar. Minha filha Isabella não agüentava mais me ver daquele jeito. Sua maneira de me consolar era chorar junto, e este virou nosso programa de mãe e filha: sentar e chorar. Poucos dias antes, ouvi de Isabella a seguinte frase:
"Mãe, por favor, pare de chorar..."
E como se fosse eu a filhinha bem comportada, parei na hora. Isabella tem seis anos.
Havia duas opções. A primeira era continuar ali: descabelada, descalça e sofrendo. A segunda... Abri o espelho e passei um creme no rosto. Fiz uma make. A segunda era bem melhor. Voltei a me olhar no espelho de corpo inteiro. Não... Não tinha nada de errado comigo, ora essa! A segunda era deliciosamente melhor. Passei um perfume.
Ficaria com a segunda opção. A segunda era o contra-ataque!
Sem querer, havia descoberto um recurso fundamental. Quanto pior me sentia, mais me arrumava, mais cuidava de mim. Quem me visse, pensaria que eu estava incrível. Esse era meu disfarce.
Meninas, vamos sair!
Num gesto automático, busquei a chave do carro em cima da mesinha. Então me lembrei de que há dias, o carro estava com ele. Nesse dia, tudo o que eu tinha era um carrinho de bebê, onde coloquei Marrie. Com dois anos de idade, ela não terá lembranças da época em que teve um pai em casa. Resolvi que a partir desse dia, quem passaria a pegar o carro emprestado seria ele, e não eu, que estava a pé, com duas crianças. Mandei uma mensagem de texto informando minha decisão.
Pronto! Ele que arranjasse outro carro para passear com Bruna Surfistinha.
O celular tocou. Era a produção do Superpop. Devia ser a sétima vez que me telefonavam naquela semana.
Mas eu já falei pra vocês que não vou!
Então, expliquei mais uma vez o motivo. Primeiramente, por conta do meu trabalho. Sou comissária de bordo: sinônimo de discrição, seriedade e elegância. Uma única aparição no Superpop e eu poderia dizer adeus ao meu emprego.
Eles insistiam. Queriam ouvir o meu lado da história: a mulher traída. Era tamanha insistência que à noite, antes de dormir, eu ouvia aquela voz meio sedutora, meio policial, atiçando a ira da audiência:
"Ela tinha um casamento perfeito! Casou-se com seu amigo de infância. Seu melhor amigo. Jamais brigavam. Eram um casal feliz, até o dia em que ela descobriu que aquele companheiro, o amor da sua vida, o pai das suas filhas, o amigo de infância que ela achava conhecer como ninguém, era na verdade um homem com desejos perversos. E este homem foi além dos limites da traição. Ele a trocou por uma garo..."
Onde vocês querem ir, meninas?
Mc Donalds!!!
Nesta semana a toalhinha de papel trazia a Arca de Noé com vários compartimentos. Répteis no porão, girafas e elefantes bem no meio, e lá em cima os pássaros. Tudo muito bem organizado, exatamente o que eu queria para a minha vida. Abri meu caderninho vermelho e rabisquei algumas anotações. Fazer anotações passou a ser um hábito.
Desde "A Descoberta", infiltrei-me num mundo de flats, clubes de swing, prostituição digital e mídia, muita mídia. Dissequei a história até encontrar todas as respostas que buscava. Mergulhei num mundo de mentiras e só emergi depois de ter descoberto a verdade.
O marido foi a primeira perda, que detonou um processo de destruição em massa. Perdi minha casa, minha auto-estima, minha privacidade, sono e sonhos, apetite, ânimo e fé, estabilidade financeira, carro, carinho, companhia, seis quilos e uma boa parte da minha saúde.
Nesse dia percebi que queria, sim, contar o meu lado da história. Não fui a primeira, nem serei a última mulher a perder o marido para uma prostituta. Talvez o valor da minha história esteja no aprendizado.
Conheço-o desde os sete anos de idade. Assim, não foi difícil identificar a transformação. Acredito, mesmo, que ele tenha sido envenenado. Até a mudança de nome é apropriada. Este Pedro, nacionalmente conhecido como o homem apaixonado e sem preconceitos, que se casou com Bruna Surfistinha, não tem nada a ver como o meu João.
Aprendi que é do próprio veneno do escorpião que obtemos a cura. Eu recebi minha dose, e foi a pior dor que senti na vida. Duvido que algum dia sentirei algo igual. Mas também foi destilando este veneno que encontrei o antídoto.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Relato de um homem.


“Tudo bem… Queremos meninas legais, sexy, saradas, bonitas, inteligentes e boazinhas… Muito falar, pois quando aparece uma assim, de bandeja, a primeira coisa que a gente pensa é: “Oba, me dei bem”. Ficamos com elas uma vez, duas. Começamos a pensar que essa é a mulher que as nossas mães gostariam de ter como noras. Se sair um relacionamento, vai ser uma relação estável. Você vai busca-la na faculdade, vocês vão ao cinema, num barzinho, vai ter sexo toda semana…
Tudo básico, até virar uma rotina sem graça… Você vai olhar os caras bem vestidos e bem humorados indo pra noite arrasar com a mulherada e vai morrer de inveja. Vai sentir falta de dar aquelas cantadas infalíveis ou de dar aquela dançadinha mais provocativa na pista… Você pensa: “Acho que não estou pronto pra isso, pra me enclausurar pro resto da vida neste relacionamento. E a boa menina se transforma numa mala e aos poucos vai surgindo um nojo dela, uma aversão. Quando você vê o nome dela no celular, não dá vontade de atender… Já era.
Daí aquela promessa de vida estável vai por água a baixo, se a menina não se dá conta, a gente começa a ser grosso, muito grosso. E a pobre menina pensa: “O que eu fiz?” Coitada, ela não fez nada, a culpa é nossa mesmo…
Aí a gente volta pra nossa vidinha, que a gente odiava até semanas atrás. A gente não vê a hora de sair e arrasar na noite ou pegar aquela mulher gostosona que sempre quisemos.
GRANDE ILUSÃO: Você chega em cada depois da balada, sozinho e fica tentando descobrir porque você não está satisfeito. De repente foi porque a menina da night, a linda, gostosa, misteriosa, fico contigo, mas nem se quer pediu o número do teu telefone.
FRUSTRAÇÃO: Daí, por mais que não queira, você pensa na sua menina boazinha que você deixou pra trás… Ela podia ter seus defeitos, mas era uma menina legal, que ficaria ao seu lado te dando valor…
Enquanto isso a boa menina, chateada, lesada, custa a entender o que ela fez pra ter se afastado dela… Daí essa dúvida vira ANGÚSTIA, que vira RAIVA. Daí a menina manda tudo a PUTA QUE PARIU! Não quer mais saber de nada, só de sair, zuar e beijar outros caras. Resolve não se envolver mais pra não sair lesada ou chateada… Muito bem, acabamos de criar uma MONSTRA.
 O tempo passa e a gente continua na mesma… Volta a reclamar da vida e das mulheres. Elas só querem as coisas com homens cachorros e não estão nem ai pra nós… Ou será que nós que fomos os cachorros? Elas são assim por culpa nossa. A mulher da night de hoje era a boa menina de outro homem ontem e assim sucessivamente… Provavelmente, essa nossa ex-boa menina, deve estar enlouquecendo a cabeça de outro homem por aí… E eu perdi para sempre, ela virou uma mulher enlouquecedora e a encontrei na balada e ela?
Nem olhou pra mim (mas estava mais linda do que nunca!)”